Ensaio sobre Deus.

Os espiritas tem essa pergunta que eu acho neutra e que faz parte da nossa alma de criança curiosa que quer saber das coisas sem se importar com a exigida reverência. Sem dogmas. Sem preceitos religiosos. Só uma pergunta inocente e prenha de possibilidades. A resposta que eles tem no seu livro de base é tambem prenha de significados. "Deus é a causa primeira de todas as coisas." Pra mim esta muito vago. Entre todas as explicações que ja ouvi sobre essa "ideia humana chamada de Deus", (afinal os animais irracionais não frequentam cultos nem constroem igrejas), a melhor que achei foi essa: Pense numa consciência muito, muito grande mesmo. Esta consciência queria experienciar e sentir tudo o que existe desde o micro até o macro. Dai, com sua plasticidade resolveu se dividir em "zilhões" de pedaços e se tornou uma joaninha, uma minhoca, uma arvore, uma pedra, uma gota dagua e zilhoes de atomos e organismos . Então, assim, pode experienciar um pouco de tudo. Desde os primeiros raios de sol da manhã até o gosto da primeira lambida em um sorvete de côco. Então esta consciência gigante se tornou tudo que podemos ver e também o que não conseguimos ver nesse universo em que vivemos . Os indianos dizem quando comprimentam: Namastê, o Deus que habita em mim saúda o Deus que habita em você. Sugerindo que ha uma fagulha divina em cada um de nós. Isso eu entendo como Deus hoje. É a parte de nós que pensa e age para o bem dos outros. A historia que vou contar sobre um amigo pode mostrar que ser ateu é uma estupidez. Não que sejamos obrigados a crer no deus da bíblia ou em qualquer outra figura pintada por gente com intenção de dominar gente. Mas Deus é algo para experienciarmos e não para acreditarmos por testemunhos de terceiros. Eu vejo Deus na natureza que nos da a beleza da rosa sem cobrar nada em troca, nas coisas boas que podemos fazer uns pelos outros sem cobrar nem o mesmo amor em troca.

Ocorre que eu tenho um amigo ateu ao extremo. Ele é tão descrente de Deus como é do amor incondicional pregado pelo mestre Jesus. Ele tem certeza que o amor que havia na terra ha muito pegou as malas e partiu pra outro planeta. Meu amigo só assiste programas de tv que falam de mortes, assassinatos e coisas ruins.(tipo Datena) Recentemente ele passou por uma escasses de dinheiro e comida. Ele vive de alugar uma chacara em que mora e como entramos em quarentena por causa do virus e ninguem mais viajou pra la , nem eu posso sa8r de casa para levar comida pra ele. Ele ficou sem dinheiro e sem alimentos. Quando eu soube tentei ajuda lo atraves de pessoas que não conheço, mas que tem vontade de ajudar. Consegui o contato de gente da cidade dele depois de pesquisar em meus contatos e ver se alguém teria o contato com alguém que morasse próximo a ele. 

É um senhor de 80 anos que mora sozinho num sitio em ibiuna e tem trombose numa das pernas. Tudo fica longe de sua casa...mercados, posto de saude...etc. ele não tem dinheiro para comprar comida e nem tem como sair de casa porque está com seu carro velho sem gasolina. Imagine a situação. Um homem dessa idade passando fome sozinho num local hermo. Por fim, consegui uma pessoa que conseguiu outra pessoa que mora la perto pra ir la e levar alguma comida. 

A pessoa ligou pra ele e ofereceu ajuda.nao deu tempo de avisa lo. Ele pensou que fosse algum trote, afinal o Datena ensinou a ele que o mundo é mau e que ninguem ajuda ninguém sem segundas intenções. Ele tambem se sentiu envergonhado de receber ajuda. Dai disse que agradecia mas que o vizinho lhe havia dado alguma comida para o dia. E que ele iria com o pessoal da portaria so condominio em que mora "comprar " (como se esta sem dinheiro?)algo pra comer no mercado. Em fim. Não aceitou a ajuda que, na minha concepção foi mandada por Deus, o Deus que habita em todos nós. A imagem que me veio na mente. Um homem com uma faca pronto a se proteger dos assaltos que o Datena tanto fala. Deus lhe manda um bote salva vidas para salva lo de uma iminente inundação e ele com a faca fura o bote xingando e pensando que provavelmente é um trote. O que deixa a idéia de que embora Deus sempre esteja pronto a nos ajudar, pela nossa descrença no amor e na solidariedade nem sempre estamos prontos a receber o que Deus nos envia.