segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Novos Budas

Eduardo Marinho, este é um nome de um buda da atualidade. Um cara que saiu de uma familia rica que o tachou de insano e o deserdou, abandonou tudo e foi encontrar seu próprio caminho. Eles queriam que ele fosse advogado ou engenheiro, mas ele rejeitou os ensinamentos da Universidade e se jogou na vida de rua. Passou entao a questionar com a prartica das ruas porque as pessoas enquadradas no sistema sao tao infelizes. Na rua ele aprendeu que as pessoas mais vivas sao aquelas que vivem o presente, a insegurança de estar vivo num mundo hostil, o respeito ao diferente e ao que tem liberdade de escolher o que quer fazer da vida. Eu me identifiquei muito com a filosofia de vida dele. Desde a adolescencia questiono coisas que ele questionou, so nao tive a coragem de viver livre, porque em minha mente eu tinha que comer o sistema pelas beiradas para em fim fazer o que eu queria sempre ter feito . Por questionar o sistema e nao aceitar certos dogmas e regras tambem fui chamado por ex-esposa de vagabundo. Eu nao parava em empregos e detestava ter que fazer sempre algo que era possivel fazer para obter o sustento. O que eu realmente queria era trabalhar com aquilo que me fizesse feliz, que felizmente é o que eu faço hoje como bibliotecario, organizando bibliotecas residenciais. Embora na juventude eu nao soubesse o que eu qieria afinal, eu procurava preencher o vazio que muitos carregam a vida inteira e até se suicidam por nao descobrirem afinal o que os faria felizes. Trabalhar pelo que da mais dinheiro é uma constante realidade para a maioria das pesoas. Ocorre que nosso tempo de vida se resume a algumas decadas dentro das quais deveriamos descobrir o que afinal viemos fazer aqui. Muitos passam a vida inteira trabalhando e reclamando do tipo de trabalho que sao obrigados a fazer. A ignorancia da população é corolário da nossa sociedade hipocrita que induz as pessoas a viverem para o dia a dia,, trabalhando em funçao de um salario que mal da para pagar as contas. Mas a pergunta desesperadora que a maioria das pessoas fazem é: O que fazer se eu preciso me sustentar e ao mesmo tempo quero aprender sobre coisas que necessariamente nao dao dinheiro? E ai esta a maior catraca imaginaria que faz com que as pessoas paguem o preço de uma suposta segurança que nao existe, dando a maior parte de suas vidas a um patrao que paga mal e a outro que da em troca atendimento de saude, educacao etc de péssima qualidade(o governo). No dia em que as pessoas se tocam de que o consumismo e a competição é uma grande prisao e que a midia alimenta a ideia de que se você nao consumir você não existe, ai entao essas pessoas passarao a fazer a pergunta certa. De que adianta eu ter muitos bens e ser infeliz com o que eu faço? O consumo de coisas preenche instantaneamente o vazio da alma, mas o preço é alto, é a sua vida. Quando voce compra um celular novo e caro, é sua vida que você esta dando em troca de um aparelho. Muitas pessoas compram sem necessidade, so para estarem atualizadas e nao percebem essa troca de tempo, de sangue por bens.
Foi so um exemplo, mas isso ocorre om o carro, casa etc. Eu saquei isto ha muito tempo. Aprendi a viver com pouco desde menino. Mas tenho muitos amigos que ainda estao na gaiola dourada. Sair pelo mundo andando, como Eduardo fez é uma atitude extrema, contudo voce pode rever alguns conceitos de consumo que podem mudar sua vida para muito melhor. Mesmo porque o consumo irresponsavel esta destruindo nossa casa , a Terra. Existe algo que você pode fazer para ganhar dinheiro e ser feliz ao mesmo tempo, basta buscar incessantemente que você vai encontrar. Testar gostos, testar atividades prazerosas que poderiam ser seu ganha pao e seu brinquedo ao mesmo tempo. Eu costumo dizer que nao trabalho, eu me divirto com livros. Tenho tempo livre quando quero e preciso para cuidar de mim e da familia. Mas para chegar até aqui fou um longo caminho. Passei por algumas etapas que posso te expor para ajudar você a se direcionar. 1 a grande questao: O que afinal quero fazer da minha vida para ser feliz? 2 A fé de que eu podia encontrar a felicidade no trabalho e de que o trabalho poderia ser uma coisa que me desse muito prazer em fazer. 3 A procura de ajuda. Num conto de fadas existem estas fases. Essa fase é quando o principe que passou pela fase 1 amor pela princesa e 2 foi lhe dada a missao de matar o dragao mas ele nao sabe como ...agora, na fase 3 ele tem que procurar capacitacao e para isto precisa da ajuda de um mago ou bruxa ou de um homem ou mulher sabia. Nesta fase 3 eu encontrei os dois. Um psicologo amigo (Luis)e uma psicologa e fada madrinha(Malu). Eles me ensinaram a ver que o que eu queria era possivel. Tiraram me o cabresto do sistema e colocaram me lentes de ver o mundo como uma imensidao de possibilidades. Fase 4 - aprender a usar ferramentas adequadas para matar o dragão. Capacitação. O mago me deu um anel magico e a fada me deu uma espada. O mago, aos 51 anos fazia uma faculdade. Só seu exemplo pra mim ja bastou. Fora o que ele me ensinou de tecnicas para vencer o desafio. A fada me mostrou que toda caminhada começa com o primeiro passo. No meu caso, derrotei a barreira que eu tinha em me achar velho demais para entrar numa faculdade publica aos 38 anos quando vi um cara de 51 acabando de entrar numa faculdade. Esse foi o anel. Comecei por me capacitar estudando para o vestibular entao. Essa foi a espada. Sem contar as muitas outras ferramentas que obtive com os dois amigos mágicos. Fase 5 o caminho tem seus meios de mostrar aquilo que você procura, basta estar nele e focar na busca. Mesmo não sabendo o que eu ia estudar ou o que me faria feliz saber como profissão, eu estudei 2 anos, com toda a dificuldade da época, filha pequena, desemprego ou salario baixo e falta de tempo. Soube do curso de biblioteconomia "por acaso"....se bem que no caminho não existe acaso, e me imaginei trabalhando entre milhares de livros. Aquilo me fascinou. Eu, que sempre gostei de ler e sempre achei que os livros são  uma porta para outras realidades e perspectivas, agora podia sonhar em passar a maior parte de minha vida em meio aos livros. Mas ainda restavam alguns passos da jornada. 6 enfrentar o dragao e derrota-lo. A espada e o anel magico me deram força para anfrentar o vestibular por dois anos. Por fim, no ano em que o meu avatar entrou na USP, o mar se abriu. Naquele ano, a somente naquele ano, nao teve fisica e matemática,  que eram as duas materias nas quais eu tinha muita dificuldade. Na primeira fase, caiam bichinhos do teto em cima das respostas certas de fisica e eu acertei 6 no chute. Matematica primeira fase, deu pro gasto. Nas outras materias sem ser essas ou quimica, tambem consegui boa pontuação. Mais a ajuda do enem, que ainda era facil, deu os pontos exatos para eu entrar. Grande vitoria, domei o dragao. Passo 6 acorrentar o dragao ou mata-lo. Terminar foi tao dificil como entrar no curso. O perrengue do tcc, conciliar trabalho com estudos e ainda assim produzir um bom texto de conclusao de curso foi um parto complicado, mas saiu. Dai pra frente, só alegrias. Trabalhei e trabalho com gente feliz e de bons tratos. Meu clientes sempre foram ótimos comigo e sempre me trataram melhor do que o esperado. O caminho que me trouxe até aqui teve muitos desafios, mas eu venci cada um deles. Conto meu exemplo porque sempre fui um desajustado quando se tratava de trabalhar em empresas fazendo qualquer coisa administrativa. Isto não foi ruim, foi o caminho que precisei trilhar para descobrir minha profissao com a qual me sinto feliz hoje.  A quem me leu ate aqui, e que esta se sentindo desajustado como eu me sentia, quero dizer que ha esperança se você buscar a felicidade no trabalho. Foca em descobrir o que te faz feliz. Testa coisa por coisa que você ache possível e ai você vai ver que apesar das pedras no caminho, ha gente boa que vai te ajudar a chegar onde você deseja, ao ponto de ser feliz com seu trabalho e ter motivação eterna para ir trabalhar.

sábado, 1 de dezembro de 2018

Nibirutas e crentes

Pensando sobre os nibirutas e os crentes...ambos querem salvação, ambos temem pela vida de um veículo emprestado e pelo que virá depois. Porque temer a morte se ela é um destino? Porque ter medo se não teremos controle de qualquer maneira. Porque entregar mo nos a uma crença ou outra se estamos aqui para sermos nossa melhor versao e aprendermos mais neste teatro terreno? O medo é vantagem para a sombra. A religiao é a sombra que da senso de segurança tão falso como estar num bote salva vidas furado, mas estar feliz por ter mais gente que pensa igual. Mudar para sermos melhores é tão dificil que apelamos para regras e cobrancas externas para ver se tomamos jeito. Se espiritualizar, descobrir seu mestre interior, ser comandante do seu próprio barco é tao dificil  e traz tanta responsabilidade por seus atos que vc prefere se esconder atras da casca  de uma religião. O q eu vi de crente votando em bolsonaro nao foi pouca gente. A casca descascou. Votaram mesmo sabendo q o cara é um demonio convicto. Mas passaram por cima de tudo de ruim e exacerbaram a humildade do homem que disse que ia fuzilar petralhas. Bando de hipocritas. Ainda não é garantido que foi a melhor ou pior escolha, mas o que é certo é que as pessoas que se dizem ser do bem são capazes de eleger um hitler para acabar com a corrupção, que por sinal já esta presente no ministerio do bozo. Mas este texto nao é sobre nosso boneco caradepaubraZil. É sobre nibirutas, q provavelmente os crentes nem sabem quem são e crentes, ambos esperando pelo caos. Talvez pensem que vão ser melhores quando morrerem, mas só que não...a morte não redime ninguém que em vida foi omisso, falso  acomodado ou perverso. A má noticia é esta, se nossa consciência realmente sobrevive a morte  continuaremos a furar fila na entrada do céu dos crentes, ou a vazar pelo acostamento no céu de nibirutas. Então, para todos os que tem esperanca de q Jesus, yoshua pandira,volte redima os dos pecados que continuam praticando, o conselho em fim dos tempos é que mudem para melhor por si só. Não esperem chegar no céu para serem anjos. Sejam anjos na terra realmente agindo, fazendo algo de bom para o seu vizinho desconhecido.parem de dar dizimo para construir templos ao seu deuscavalo, baal.  Larguem esse deus humanizado e se liguem a fonte criadora de tudo o que é. Esta sim é puro amor e acolhimento. Nao ve sexo,cor,raça...etc. recebe homosexuais, negros, religiosos de vários matizes...não discrimina como voces fazem. Quem não deve não teme. Se você teme o fim do mundo é porque acha que deve...mas nao deve nada a ninguém. Voce so é e continua sendo a melhor versão de voce mesmo que pôde ser até  agora, que pode sempre melhorar se voce for humilde e se der ao trabalho de aprender mais como ser melhor. Quanto aos nibirutas, mesma coisa. A diferença é que esses ja estão trabalhando nisso.
Rudi Santos

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Aprendendo a morrer 3 - Como te explicar o não ser se você sempre foi?

Mas como te explicar o não ser, se você sempre foi até aqui?

Quando nascemos, segundo estudiosos, acreditamos que nós e nossa mãe somos um. Com o passar do tempo aprendemos a palavra eu, depois a palavra ele e começamos a nos individualizar. Nasce então nosso ego. Quando uma criança pequena chega ao ponto de dizer "eu quero" é sinal que o ego ja está ali. O ego é um programa que tem a função de proteger o indivíduo de ataques externos. Mas creio que seja ele que se apega a vida e as coisas materiais que vai juntando ao longo da nossa vida. Mas visto que estamos em um corpo emprestado pela natureza e que um dia certamente teremos que devolver esta matéria para a terra, nada aqui é nosso. Nossos brinquedos não são nossos, nossos pais não são nossos, nossos filhos não são nossos, tudo é passageiramente arranjado para que vivamos um determinado tempo aqui.
Embora muitos de nós entendamos isto racionalmente, seria inconcebível pensar na nossa morte como algo normal. Ter medo da morte é uma coisa que devia ser tão idiota como ter medo de dormir, mas não é. Conheci muitas pessoas que ja morreram mas que tinham um medo infeliz de morrer. Afinal tinham medo do que encontrariam do outro lado. Minha mãe era assim. Ela era paraplégica, andava com duas muletas, mas, tinha pavor de morrer. E ela era crente. Como pode alguém que confia tanto na salvação de sua alma depois da morte, ter tanto medo de atravessar o portal? Acho que é o problema cultural do qual falávamos no inicio. A morte é uma coisa horrível. Somos ensinados desde pequenos que devemos a todo custo evitar a morte nossa e de outros porque morrer é ruim.
O que seria o não ser? Creio que Jesus mencionou isto várias vezes na biblia. É um livro controverso, cheio de traduções e com livros escolhidos pela igreja católica, mas se for verdade o que dizem que Jesus disse tem algo assim:

Lucas 17:33
Quem tentar preservar sua vida perde-la-á; mas quem perder a sua vida na realidade a achala-á.

Perder a vida é perder o ego, porque o que afinal caracteriza uma vida é um ego com suas vontades e seus anseios. Quando deixamos esse ego, é como se perdessemos a vida, porque deixamos de ser o que eramos, ou seja, pessoas apegadas ao que o ego construiu. Ele dizia que achariamos a vida se concordassemos em perde-la. Nascer de novo em vida, creio que ele estava dizendo que deixassemos tudo o que vem do ego de lado e seguissemos sem o ego, o que significaria que teriamos outra perspectiva de vida e outra identidade mais parecida com a divina. Pense numa pessoa que largou tudo e se submeteu a vontade do cristo. Uma freira por exemplo que cuida de doentes feridos, ou de velhos doidões. Ela não precisaria estar ali, mas deixou seu ego para tras e ali permanece cuidando dos desamparados por amor ao cristo planetário. Ela é deus encarnado, cuidando de si mesmo. Seu ego se misturou ao divino e ela agora só pensa em servir aos semelhantes. Porque se diz que ela ganhou a vida. Ela simplesmente não se preocupa com o amanhã, com a morte, com a velhice, pois ela é parte de Deus. Deus não se preocupa em morrer. 


Os egípcios diziam que os deuses te fariam duas perguntas quando você chegar a outra dimensão:
Encontrou alegria em sua vida?
Proporcionou alegria aos outros?

continuua....

Aprendendo a morrer 2 - como eu voltei a acreditar que temos um espirito

Como eu voltei a acreditar que temos um espirito?

Comecei a pesquisar sobre viagem astral. Ouvi falar de pessoas que saiam do corpo e iam para onde queriam em espirito ou mais tarde aprendi o termo correto, em corpo astral ou períspirito. Estudei seriamente o assunto com vídeos que assisti pela internet e livros que comecei a ler. A principio não queria saber(e nem quero até hoje) de religião. Queria apenas saber se era possível ter uma experiência consciente fora do corpo. Tenho um blog onde conto como foram algumas de minhas experiências fora do corpo (http://diarioviagemastral.blogspot.com.br/) .

Sou uma pessoa comum. Não vejo espíritos, não os ouço, não sou um médium desenvolvido. Queria saber se conseguia realmente executar alguma coisa consciente estando fora do corpo.

Vi muitos vídeos de caras bons como :


Todos estes caras estão lá no youtube esperando por sua curiosidade e não te cobrarão um centavo pelas muitas coisas que podem te contar sobre suas saídas do corpo. Quando consegui minha primeira e minha segunda experiência fora do corpo, eu então tive que acreditar que não somos apenas um corpo de carne. Se eu, uma pessoa comum, com técnicas que aprendi no youtube, consegui resultados em sair do corpo, então qualquer um pode. Se qualquer um pode, então é que todos nós temos mais do que apenas o corpo físico para chamar de nosso. Temos nosso espirito. Nosso espirito diz o que nosso corpo deve ou não fazer e o corpo executa esses comandos de nossa vontade. Temos o livre arbítrio para fazermos tudo aquilo que bem desejarmos, ou para o bem ou para o mal eu prefiro o bem, mas já fiz o mal também muitas vezes, afinal não sou nenhum santo. Ainda hoje ví uma explicação num vídeo de um menino que dizia que a vida humana é como se fosse um vídeo game. Segundo ele o espirito na verdade é quem faz o boneco do jogo fazer as ações, mas se o boneco do jogo morre, o espirito não morre junto.
Se você está pensando: "Lá vem mais um cara querendo me convencer de coisas que não acredito", está errado. Não quero te convencer de nada. Creio que, assim como me considerei ateu por um bom tempo e agnóstico por mais outro tempo e não gostava de que ninguém me ficasse falando sobre religião, também não vou ficar tentando te convencer de nada, muito menos religião que eu nem gosto de falar sobre isto. Mas ter espirito todos nós temos, religiosos ou ateus. Um ateu pode testar o que eu testei e vai ter os mesmos resultados que é uma saída consciente do corpo. Não vou me estender aqui falando de técnicas de respiração para sair do corpo ou de minhas experiências desmistificando viagem astral. Em meu blog: http://diarioviagemastral.blogspot.com.br/ . Você pode ler sobre isto. Quero me ater ao fato que, qualquer um que faça as mesmas cosas que eu fiz, pode obter resultados iguais ou melhores do que eu tive. Se algo pode ser repetido por diferentes pessoas, então já não é mais apenas uma suposição, e sim ciência.
   Então se existe algo em nós que não é nosso corpo e se é possível que nossa consciência saia fora do corpo e visite outros lugares, devemos pensar então que quando nosso corpo de carne para de funcionar, essa consciência subsiste e permanece sem o corpo. Fica mais fácil aceitar a morte quando você crê na reencarnação ou entende o processo da vida por experiência própria. Há pessoas que não vão entender nunca que é possível sair do corpo porque nunca farão suas próprias experiências ou por não terem curiosidade o suficiente ou por terem religiões limitantes que não permitem este tipo de experiência. Estes escritos não são para estas pessoas. O que escrevo é para pessoas que se deixam experienciar coisas novas e que podem questionar a qualquer momento qualquer dogma ou religião. Pessoas como eu.
No entanto saber que há vida após a morte nem sempre nos torna aptos  a enxergar  morte de uma forma mais amena. dizer que a morte é o fim de um ciclo e o inicio de outro é muito bonito, mas não consola quem perdeu pai, mãe irmã ou outro ente querido, eu sei. Então como fazer as pazes com a morte? O que eu poderia te dizer, depois que a sociedade te mostrou a morte como o mais terrível dos acontecimentos na vida humana. Na escola você aprendeu que morrer é a pior coisa que pode acontecer a alguém. Cenas de gente morta são clássicas nos filme de horror, afinal morrer é de todo ruim. Sei que vencer anos e anos de sua aprendizagem do contrário é quase impossível, mas um começo da reversão desta idéia seria você entender que é tudo uma questão cultural e que você pode lidar melhor com a morte a partir do momento em que entenda o processo da vida como um todo.
Quando eu tinha uns 20 me perguntava: Qual o sentido da vida?  Que droga de existência é essa? Nascemos, crescemos, aprendemos um monte de coisas, casamos, temos filhos as vezes, envelhecemos as vezes e no fim sempre morremos. Para que serve tudo isso?  Estas perguntas me atormentaram sem resposta até há bem pouco tempo.  Na verdade até hoje não achei resposta para algumas perguntas que já fazia desde a época de adolescente. Mas eu hoje penso que ja obtive algumas respostas que me convencem a mim, ao menos, de que, como diz Flávio Gicovat, Não é porque a vida não tem sentido que é proibido dar algum sentido a ela.  Ou seja, o sentido da vida é aquele que você der. Não há nada de predestinado para você, ou uma missão x ou y que tenha que cumprir aqui. Há sim coisas que você tem que aprender e experienciar porque ficaram faltando em outras vidas anteriores. Osho acredita que temos sete corpos que estão vivendo ao mesmo tempo conosco em dimensões diferentes. Acho meio louco isto, mas é uma crença indu muito antiga. O primeiro corpo é o de carne e osso. Quem estagna neste primeiro corpo vive como um animal, só quer comer, beber, fazer suas necessidades básicas e se reproduzir. O Homem das cavernas era mais ou menoa assim. Hoje temos pessoas assim ainda. Vivem como verdadeiros animais, comem como animais e se reproduzem como animais. Nos rincões do planeta, em cavernas e até em grandes cidades podemos encontrar pessoas cuja busca espiritual é inexistente e só pensam no básico para sobreviver. O segundo corpo é o mental, segundo ele. É desenvolvido para que o homem tenha capacidade de raciocínio e aprenda a conviver melhor e a se comunicar melhor com seus semelhantes. O terceiro seria um corpo espiritual básicão, aquele em que o homem descobre que há uma conexão possivel de se fazer com o divino e se beneficia dela. Não vou me ater aos outros corpos que ele diz, mas há o sexto e o sétimo corpo que é quando o meditador consegue se misturar com a energia divina e perde sua identidade no sexto e simplesmente vira o nada e o tudo ao mesmo tempo no sétimo corpo.   Bem louca e cheia de detalhes esta teoria que ele explica em seu livro "desvendando mistérios", só você lendo para entender melhor. Mas, o que ache interessante é que ele mostra que a vida cotidiana que levamos, trabalhando e lutando pela sobrevivência é apenas uma ilusão que nos mantem aqui, presos ao ciclo de morrer e renascer. Enquanto não sairmos desse ciclo e entendermos que somos mais do que corpos famintos que precisam de comida para sobreviver, ficaremos presos neste ciclo. Enquanto não nos elevarmos aos outros corpos para entender que não somos nem nosso corpo nem nosso ego e sim algo maior que trabalha por tras desses dois, não poderemos nos misturar com deus em nossa morte. Pra entender melhor pense assim, você hoje, você que lê estes meus escritos, você tem uma vida na terra. Tem filhos ou não, tem uma casa que você conseguiu comprar, tem suas roupas e seus bens materiais. Você, no dia a dia lida com problemas concernentes a essa vida que você escolheu e criou por aqui. Um belo dia, você simplesmente apaga, morre. Pense em que sentido teria se parasse todo o ciclo por ai. você simplesmente sumiria, evaporaria da face da terra. Qual o sentido de você vir, construir tudo isso e depois simplesmente desaparecer?
Os cristãos acham que eles ficarão dormindo no cemitério até que Jesus venha busca-los. Eu também acredito que eles passarão por isso. Porque assim o querem e assim será. Porém se não for assim, ja pensou no desespero deles de ter vivido uma vida inteira acreditando que seria assim e de dar com outra realidade do outro lado?  Eu creio que faz mais sentido a teoria da evolução do espirito que certos espiritualistas pregam. Seu espirito tem que ir aprendendo coisas, compreendendo e então ele vai evoluindo até você chegar ao ponto em que pode se misturar com a energia da fonte e desaparecer sem problemas. Na verdade você não desapareceria, você se tornaria uno com a fonte que tudo é e assim faria parte da vontade dessa grande consciência sem ter problema algum com isso.


Aprendendo a morrer 1 Não é sobre morte, é sobre como viver sem medo dela.

Aprendendo a morrer em paz - 1


O Homem velho:
  1. O homem velho deixa a vida e morte para trás
    Cabeça a prumo, segue rumo e nunca, nunca mais
    O grande espelho que é o mundo ousaria refletir os seus sinais
    O homem velho é o rei dos animais
    ...
    A solidão agora é sólida, uma pedra ao sol
    As linhas do destino nas mãos a mão apagou
    Ele já tem a alma saturada de poesia, soul e rock'n'roll
    As coisas migram e ele serve de farol
    A carne, a arte arde, a tarde cai
    No abismo das esquinas
    A brisa leve traz o olor fulgaz
    Do sexo das meninas
    Luz fria, seus cabelos têm tristeza de néon
    Belezas, dores e alegrias passam sem um som
    Eu vejo o homem velho rindo numa curva do caminho de Hebron
    E ao seu olhar tudo que é cor muda de tom
    Os filhos, filmes, ditos, livros como um vendaval
    Espalham-no além da ilusão do seu ser pessoal
    Mas ele dói e brilha único, indivíduo, maravilha sem igual
    Já tem coragem de saber que é imortal
    Musica de Caetano Veloso
Primeiras conjecturas de como aprender a morrer

Título estranho certo? Por que aqui nos trópicos aprendemos a ter verdadeiro pavor a morte não só nossa como da dos outros. A morte prenuncia tristeza, saudades, falta, desaparecimento daquela pessoa a quem amamos ou pior...o nosso desaparecimento mesmo. Lidamos muito mal com o fato de desaparecermos da face da terra e irmos para um buraco frio ou para um crematório. Essas palavras são horríveis para nós, temos verdadeiro pavor delas. Criamos um enorme senso de morbidez quando nos referimos a morte porque tentamos ao máximo não pensar nela ou que todos nós, mais cedo ou mais tarde vamos encontra-la.

Porque deveríamos aprender a morrer quando muitos de nós nem sabe como viver direito?
Porque as pessoas que estão perto da morte aprendem a curtir e dar valor a pequenas coisas como o canto de um pássaro, uma manhã de sol ou a frescura de um copo d'água ou o cheiro da chuva? será que uma pergunta responde a outra? Não exatamente, mas a segunda leva a pensar sobre a primeira. Quando estamos com boa saúde reclamamos o tempo todo de coisas que nos acontecem em consequência de nossas próprias escolhas. Quando estamos a beira da morte porém, escolhemos viver cada momento como se fosse o ultimo, pois sabemos que não haverão muita oportunidades mais de escolha. Vivemos intensamente, vemos detalhes de coisas que nunca tínhamos percebido como um vaso de casa, posto por um cônjuge,  pelo qual passávamos e nunca havíamos notado sua existência. Olhar com agudez e profundidade para a vida é o que infelizmente só fazemos em face da morte. 

Vemos filmes em que a morte das pessoas se torna uma banalidade. Mata-se nesses filmes impunemente e quando há consequências, lá vai outra morte(a do matador) ou a prisão para quem mata, que no fundo é um tipo de morte ou inferno em vida. A banalização da morte é um outro extremo do assunto. Ela ocorre nas camadas mais pobres da sociedade onde matar por um tênis, um celular ou um pedaço de pão é coisa que a consciência das pessoas, segundo o que elas aprenderam, permite e não acha errado.
Um outro extremo ainda, é aquele em que a morte é um fenômeno natural e de pouca importância sentimental. Ninguém no Tibete ou ao menos pouquíssimas pessoas se descabelariam ao ter a noticia de que tem um câncer terminal. Há toda uma cultura que já preparou as pessoas a vida inteira para a morte de uma forma tranquila e sem grandes desalentos ou alarmes. Ainda assim, creio que nesses países onde a morte é menos chorada as pessoas devem sentir a falta de seus familiares mais próximos e podem até chorar porque morreram. Mas a própria pessoa que sabe que sua hora está chegando não se desespera e se revolta contra deus ou contra os outros porque sabe que vai morrer. Simplesmente a pessoa aceita numa boa que é uma passagem e pronto, tudo vai ficar bem. Por falar em Tibete, onde a religião impera,  a religiosidade ou espiritualidade de cada um é algo também a ser muito trabalhado aqui pelos trópicos. Aqui, ou você nasceu em uma família católica ou evangélica e pende ao fanatismo religioso, ou você é ateu até que provem o contrário. Eu, por exemplo, nasci em uma família cristã, fui um verdadeiro fanático dos 4 aos 19 anos. Quando me dei conta de que tudo o que a igreja pregava podia ser uma bela mentira e de que não havia respostas coerentes para muito do que eu perguntava, sai da igreja para nunca mais voltar. Coloquei o assunto no prego por anos a fio e com uns 45 comecei a voltar a pensar no assunto. Não por doença nem por outro motivo de força maior, mas por curiosidade.