quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

A morte responde

Texto do livro: Espíritos e Fantasmas de Rosa Maria Jaques


A morte é uma oportunidade de crescimento para quem fica e para quem vai.


Traça-me como impetuosa e arrogante,
mas muitas vezes,, quando alguém
agoniza no sofrimento,
chama-me, para que eu a leve e tire o tormento
de seu corpo e de sua alma.
Traça-me como inesperada,
como sem virtudes e desclassifica-me
com teus medos e com tuas inseguranças,
mas na verdade o que sou?
Nada mais que o momento,
Nada mais que uma verdade
contida em cada vivência,
em cada situação,
em cada necessidade.
Fita-me com tuas fantasias e com teu medo
me transformando em um manto preto,
uma foice e uma caveira.
Qual arrogância maior?
Minha que vem levar
ou a de vocês que traduzem sem explicação.





domingo, 4 de dezembro de 2016

Perca o medo da morte

Aprendendo a morrer em paz - 1


O Homem velho:
  1. O homem velho deixa a vida e morte para trás
    Cabeça a prumo, segue rumo e nunca, nunca mais
    O grande espelho que é o mundo ousaria refletir os seus sinais
    O homem velho é o rei dos animais
    ...
    A solidão agora é sólida, uma pedra ao sol
    As linhas do destino nas mãos a mão apagou
    Ele já tem a alma saturada de poesia, soul e rock'n'roll
    As coisas migram e ele serve de farol
    A carne, a arte arde, a tarde cai
    No abismo das esquinas
    A brisa leve traz o olor fulgaz
    Do sexo das meninas
    Luz fria, seus cabelos têm tristeza de néon
    Belezas, dores e alegrias passam sem um som
    Eu vejo o homem velho rindo numa curva do caminho de Hebron
    E ao seu olhar tudo que é cor muda de tom
    Os filhos, filmes, ditos, livros como um vendaval
    Espalham-no além da ilusão do seu ser pessoal
    Mas ele dói e brilha único, indivíduo, maravilha sem igual
    Já tem coragem de saber que é imortal
    Musica de Caetano Veloso
Primeiras conjecturas de como aprender a morrer

Título estranho certo? Por que aqui nos trópicos aprendemos a ter verdadeiro pavor a morte não só nossa como da dos outros. A morte prenuncia tristeza, saudades, falta, desaparecimento daquela pessoa a quem amamos ou pior...o nosso desaparecimento mesmo. Lidamos muito mal com o fato de desaparecermos da face da terra e irmos para um buraco frio ou para um crematório. Essas palavras são horríveis para nós, temos verdadeiro pavor delas. Criamos um enorme senso de morbidez quando nos referimos a morte porque tentamos ao máximo não pensar nela ou que todos nós, mais cedo ou mais tarde vamos encontra-la.

Porque deveríamos aprender a morrer quando muitos de nós nem sabe como viver direito?
Porque as pessoas que estão perto da morte aprendem a curtir e dar valor a pequenas coisas como o canto de um pássaro, uma manhã de sol ou a frescura de um copo d'água ou o cheiro da chuva? será que uma pergunta responde a outra? Não exatamente, mas a segunda leva a pensar sobre a primeira. Quando estamos com boa saúde reclamamos o tempo todo de coisas que nos acontecem em consequência de nossas próprias escolhas. Quando estamos a beira da morte porém, escolhemos viver cada momento como se fosse o ultimo, pois sabemos que não haverão muita oportunidades mais de escolha. Vivemos intensamente, vemos detalhes de coisas que nunca tínhamos percebido como um vaso de casa, posto por um cônjuge,  pelo qual passávamos e nunca havíamos notado sua existência. Olhar com agudez e profundidade para a vida é o que infelizmente só fazemos em face da morte. 

Vemos filmes em que a morte das pessoas se torna uma banalidade. Mata-se nesses filmes impunemente e quando há consequências, lá vai outra morte(a do matador) ou a prisão para quem mata, que no fundo é um tipo de morte ou inferno em vida. A banalização da morte é um outro extremo do assunto. Ela ocorre nas camadas mais pobres da sociedade onde matar por um tênis, um celular ou um pedaço de pão é coisa que a consciência das pessoas, segundo o que elas aprenderam, permite e não acha errado.
Um outro extremo ainda, é aquele em que a morte é um fenômeno natural e de pouca importância sentimental. Ninguém no Tibete ou ao menos pouquíssimas pessoas se descabelariam ao ter a noticia de que tem um câncer terminal. Há toda uma cultura que já preparou as pessoas a vida inteira para a morte de uma forma tranquila e sem grandes desalentos ou alarmes. Ainda assim, creio que nesses países onde a morte é menos chorada as pessoas devem sentir a falta de seus familiares mais próximos e podem até chorar porque morreram. Mas a própria pessoa que sabe que sua hora está chegando não se desespera e se revolta contra deus ou contra os outros porque sabe que vai morrer. Simplesmente a pessoa aceita numa boa que é uma passagem e pronto, tudo vai ficar bem. Por falar em Tibete, onde a religião impera,  a religiosidade ou espiritualidade de cada um é algo também a ser muito trabalhado aqui pelos trópicos. Aqui, ou você nasceu em uma família católica ou evangélica e pende ao fanatismo religioso, ou você é ateu até que provem o contrário. Eu, por exemplo, nasci em uma família cristã, fui um verdadeiro fanático dos 4 aos 19 anos. Quando me dei conta de que tudo o que a igreja pregava podia ser uma bela mentira e de que não havia respostas coerentes para muito do que eu perguntava, sai da igreja para nunca mais voltar. Coloquei o assunto no prego por anos a fio e com uns 45 comecei a voltar a pensar no assunto. Não por doença nem por outro motivo de força maior, mas por curiosidade. Comecei a pesquisar sobre viagem astral. Ouvi falar de pessoas que saiam do corpo e iam para onde queriam em espirito ou mais tarde aprendi o termo correto, em corpo astral ou períspirito. Estudei seriamente o assunto com vídeos que assisti pela internet e livros que comecei a ler. A principio não queria saber(e nem quero até hoje) de religião. Queria apenas saber se era possível ter uma experiência consciente fora do corpo. Tenho um blog onde conto como foram algumas de minhas experiências fora do corpo (http://diarioviagemastral.blogspot.com.br/) .

Sou uma pessoa comum. Não vejo espíritos, não os ouço, não sou um médium desenvolvido. Queria saber se conseguia realmente executar alguma coisa consciente estando fora do corpo.

Vi muitos vídeos de caras bons como :


Todos estes caras estão lá no youtube esperando por sua curiosidade e não te cobrarão um centavo pelas muitas coisas que podem te contar sobre suas saídas do corpo. Quando consegui minha primeira e minha segunda experiência fora do corpo, eu então tive que acreditar que não somos apenas um corpo de carne. Se eu, uma pessoa comum, com técnicas que aprendi no youtube, consegui resultados em sair do corpo, então qualquer um pode. Se qualquer um pode, então é que todos nós temos mais do que apenas o corpo físico para chamar de nosso. Temos nosso espirito. Nosso espirito diz o que nosso corpo deve ou não fazer e o corpo executa esses comandos de nossa vontade. Temos o livre arbítrio para fazermos tudo aquilo que bem desejarmos, ou para o bem ou para o mal eu prefiro o bem, mas já fiz o mal também muitas vezes, afinal não sou nenhum santo. Ainda hoje ví uma explicação num vídeo de um menino que dizia que a vida humana é como se fosse um vídeo game. Segundo ele o espirito na verdade é quem faz o boneco do jogo fazer as ações, mas se o boneco do jogo morre, o espirito não morre junto.
Se você está pensando: "Lá vem mais um cara querendo me convencer de coisas que não acredito", está errado. Não quero te convencer de nada. Creio que, assim como me considerei ateu por um bom tempo e agnóstico por mais outro tempo e não gostava de que ninguém me ficasse falando sobre religião, também não vou ficar tentando te convencer de nada, muito menos religião que eu nem gosto de falar sobre isto. Mas ter espirito todos nós temos, religiosos ou ateus. Um ateu pode testar o que eu testei e vai ter os mesmos resultados que é uma saída consciente do corpo. Não vou me estender aqui falando de técnicas de respiração para sair do corpo ou de minhas experiências desmistificando viagem astral. Em meu blog: http://diarioviagemastral.blogspot.com.br/ . Você pode ler sobre isto. Quero me ater ao fato que, qualquer um que faça as mesmas cosas que eu fiz, pode obter resultados iguais ou melhores do que eu tive. Se algo pode ser repetido por diferentes pessoas, então já não é mais apenas uma suposição, e sim ciência.
   Então se existe algo em nós que não é nosso corpo e se é possível que nossa consciência saia fora do corpo e visite outros lugares, devemos pensar então que quando nosso corpo de carne para de funcionar, essa consciência subsiste e permanece sem o corpo. Fica mais fácil aceitar a morte quando você crê na reencarnação ou entende o processo da vida por experiência própria. Há pessoas que não vão entender nunca que é possível sair do corpo porque nunca farão suas próprias experiências ou por não terem curiosidade o suficiente ou por terem religiões limitantes que não permitem este tipo de experiência. Estes escritos não são para estas pessoas. O que escrevo é para pessoas que se deixam experienciar coisas novas e que podem questionar a qualquer momento qualquer dogma ou religião. Pessoas como eu.
No entanto saber que há vida após a morte nem sempre nos torna aptos  a enxergar  morte de uma forma mais amena. dizer que a morte é o fim de um ciclo e o inicio de outro é muito bonito, mas não consola quem perdeu pai, mãe irmã ou outro ente querido, eu sei. Então como fazer as pazes com a morte? O que eu poderia te dizer, depois que a sociedade te mostrou a morte como o mais terrível dos acontecimentos na vida humana. Na escola você aprendeu que morrer é a pior coisa que pode acontecer a alguém. Cenas de gente morta são clássicas nos filme de horror, afinal morrer é de todo ruim. Sei que vencer anos e anos de sua aprendizagem do contrário é quase impossível, mas um começo da reversão desta idéia seria você entender que é tudo uma questão cultural e que você pode lidar melhor com a morte a partir do momento em que entenda o processo da vida como um todo.
Quando eu tinha uns 20 me perguntava: Qual o sentido da vida?  Que droga de existência é essa? Nascemos, crescemos, aprendemos um monte de coisas, casamos, temos filhos as vezes, envelhecemos as vezes e no fim sempre morremos. Para que serve tudo isso?  Estas perguntas me atormentaram sem resposta até há bem pouco tempo.  Na verdade até hoje não achei resposta para algumas perguntas que já fazia desde a época de adolescente. Mas eu hoje penso que ja obtive algumas respostas que me convencem a mim, ao menos, de que, como diz Flávio Gicovat, Não é porque a vida não tem sentido que é proibido dar algum sentido a ela.  Ou seja, o sentido da vida é aquele que você der. Não há nada de predestinado para você, ou uma missão x ou y que tenha que cumprir aqui. Há sim coisas que você tem que aprender e experienciar porque ficaram faltando em outras vidas anteriores. Osho acredita que temos sete corpos que estão vivendo ao mesmo tempo conosco em dimensões diferentes. Acho meio louco isto, mas é uma crença indu muito antiga. O primeiro corpo é o de carne e osso. Quem estagna neste primeiro corpo vive como um animal, só quer comer, beber, fazer suas necessidades básicas e se reproduzir. O Homem das cavernas era mais ou menoa assim. Hoje temos pessoas assim ainda. Vivem como verdadeiros animais, comem como animais e se reproduzem como animais. Nos rincões do planeta, em cavernas e até em grandes cidades podemos encontrar pessoas cuja busca espiritual é inexistente e só pensam no básico para sobreviver. O segundo corpo é o mental, segundo ele. É desenvolvido para que o homem tenha capacidade de raciocínio e aprenda a conviver melhor e a se comunicar melhor com seus semelhantes. O terceiro seria um corpo espiritual básicão, aquele em que o homem descobre que há uma conexão possivel de se fazer com o divino e se beneficia dela. Não vou me ater aos outros corpos que ele diz, mas há o sexto e o sétimo corpo que é quando o meditador consegue se misturar com a energia divina e perde sua identidade no sexto e simplesmente vira o nada e o tudo ao mesmo tempo no sétimo corpo.   Bem louca e cheia de detalhes esta teoria que ele explica em seu livro "desvendando mistérios", só você lendo para entender melhor. Mas, o que ache interessante é que ele mostra que a vida cotidiana que levamos, trabalhando e lutando pela sobrevivência é apenas uma ilusão que nos mantem aqui, presos ao ciclo de morrer e renascer. Enquanto não sairmos desse ciclo e entendermos que somos mais do que corpos famintos que precisam de comida para sobreviver, ficaremos presos neste ciclo. Enquanto não nos elevarmos aos outros corpos para entender que não somos nem nosso corpo nem nosso ego e sim algo maior que trabalha por tras desses dois, não poderemos nos misturar com deus em nossa morte. Pra entender melhor pense assim, você hoje, você que lê estes meus escritos, você tem uma vida na terra. Tem filhos ou não, tem uma casa que você conseguiu comprar, tem suas roupas e seus bens materiais. Você, no dia a dia lida com problemas concernentes a essa vida que você escolheu e criou por aqui. Um belo dia, você simplesmente apaga, morre. Pense em que sentido teria se parasse todo o ciclo por ai. você simplesmente sumiria, evaporaria da face da terra. Qual o sentido de você vir, construir tudo isso e depois simplesmente desaparecer?  Os cristãos acham que eles ficarão dormindo no cemitério até que Jesus venha busca-los. Eu também acredito que eles passarão por isso. Porque assim o querem e assim será. Porém se não for assim, ja pensou no desespero deles de ter vivido uma vida inteira acreditando que seria assim e de dar com outra realidade do outro lado?  Eu creio que faz mais sentido a teoria da evolução do espirito que certos espiritualistas pregam. Seu espirito tem que ir aprendendo coisas, compreendendo e então ele vai evoluindo até você chegar ao ponto em que pode se misturar com a energia da fonte e desaparecer sem problemas. Na verdade você não desapareceria, você se tornaria uno com a fonte que tudo é e assim faria parte da vontade dessa grande consciência sem ter problema algum com isso.

Mas como te explicar o não ser, se você sempre foi até aqui?

Quando nascemos, segundo estudiosos, acreditamos que nós e nossa mãe somos um. Com o passar do tempo aprendemos a palavra eu, depois a palavra ele e começamos a nos individualizar. Nasce então nosso ego. Quando uma criança pequena chega ao ponto de dizer "eu quero" é sinal que o ego ja está ali. O ego é um programa que tem a função de proteger o indivíduo de ataques externos. Mas creio que seja ele que se apega a vida e as coisas materiais que vai juntando ao longo da nossa vida. Mas visto que estamos em um corpo emprestado pela natureza e que um dia certamente teremos que devolver esta matéria para a terra, nada aqui é nosso. Nossos brinquedos não são nossos, nossos pais não são nossos, nossos filhos não são nossos, tudo é passageiramente arranjado para que vivamos um determinado tempo aqui.
Embora muitos de nós entendamos isto racionalmente, seria inconcebível pensar na nossa morte como algo normal. Ter medo da morte é uma coisa que devia ser tão idiota como ter medo de dormir, mas não é. Conheci muitas pessoas que ja morreram mas que tinham um medo infeliz de morrer. Afinal tinham medo do que encontrariam do outro lado. Minha mãe era assim. Ela era paraplégica, andava com duas muletas, mas, tinha pavor de morrer. E ela era crente. Como pode alguém que confia tanto na salvação de sua alma depois da morte, ter tanto medo de atravessar o portal? Acho que é o problema cultural do qual falávamos no inicio. A morte é uma coisa horrível. Somos ensinados desde pequenos que devemos a todo custo evitar a morte nossa e de outros porque morrer é ruim.
O que seria o não ser? Creio que Jesus mencionou isto várias vezes na biblia. É um livro controverso, cheio de traduções e com livros escolhidos pela igreja católica, mas se for verdade o que dizem que Jesus disse tem algo assim:

Lucas 17:33
Quem tentar preservar sua vida perde-la-á; mas quem perder a sua vida na realidade a achala-á.

Perder a vida é perder o ego, porque o que afinal caracteriza uma vida é um ego com suas vontades e seus anseios. Quando deixamos esse ego, é como se perdessemos a vida, porque deixamos de ser o que eramos, ou seja, pessoas apegadas ao que o ego construiu. Ele dizia que achariamos a vida se concordassemos em perde-la. Nascer de novo em vida, creio que ele estava dizendo que deixassemos tudo o que vem do ego de lado e seguissemos sem o ego, o que significaria que teriamos outra perspectiva de vida e outra identidade mais parecida com a divina. Pense numa pessoa que largou tudo e se submeteu a vontade do cristo. Uma freira por exemplo que cuida de doentes feridos, ou de velhos doidões. Ela não precisaria estar ali, mas deixou seu ego para tras e ali permanece cuidando dos desamparados por amor ao cristo planetário. Ela é deus encarnado, cuidando de si mesmo. Seu ego se misturou ao divino e ela agora só pensa em servir aos semelhantes. Porque se diz que ela ganhou a vida. Ela simplesmente não se preocupa com o amanhã, com a morte, com a velhice, pois ela é parte de Deus. Deus não se preocupa em morrer. 


/Os egípcios diziam que os deuses te fariam duas perguntas quando você chegar a outra dimensão:
Encontrou alegria em sua vida?
Proporcionou alegria aos outros?

continua....